Valorização de Serviços Ambientais de Agro-Ecossistemas em Áreas Protegidas

Clima

Nuvens

De acordo com Daveau (1985) e Ribeiro (1998), a Serra da Estrela constitui o ponto de encontro de dois tipos de clima: um, de tipo mediterrâneo, dominante na vertente sul e outro, de tipo atlântico, a marcar a parte noroeste. Aqui, a orientação perpendicular da cordilheira face ao fluxo das massas de ar atlânticas origina menos horas de incidência solar direta (Daveau 1985). Assim que estas massas de ar oceânico encontram o flanco oeste da Serra da Estrela, elevam-se em altitude, dando azo à formação de nuvens densas e ocasionando cenários de precipitação que pode adquirir a forma de neve nos meses de Inverno. Em média, a precipitação varia entre valores superiores a 2500 mm no Planalto Central e os 1000 mm na zona entre Seia e Gouveia ou no vale do Mondego, junto da Guarda. Apesar do padrão irregular da precipitação, esta ocorre, sobretudo, entre Novembro e Março (MCOTA 2008).

No extremo leste da Serra da Estrela, as temperaturas das massas de ar atlânticas tendem a aumentar, devido à compressão adiabática1, produzindo-se, assim, temperaturas máximas superiores às verificadas em igual altitude nas vertentes voltadas a oeste. Nos casos dos vales mais profundos e isolados, o clima assume características continentais. De um modo geral, a Serra da Estrela distingue-se do resto do Sistema Central devido à sua maior altitude e às temperaturas mais reduzidas (apesar de a temperatura média não baixar dos 0ºC). Os meses mais frios são Dezembro, Janeiro e Fevereiro, com vastas áreas da Serra da Estrela cobertas de neve durante dias a fio. Os meses mais quentes são Julho e Agosto, com temperaturas médias na casa dos 20ºC, embora os termómetros possam chegar a registar valores acima dos 30ºC em Julho (Daveau 1969; MCOTA 2008).